Não precisamos buscar adversários e inimigos no exterior. Eles estiveram ou estão no comando da máquina pública. Empréstimos camaradas e sem garantias de retornos foram feitos a rodo para países alinhados com os comandantes de plantão, em recentes governos passados. Até portos e obras de engenharia foram edificados no exterior com o rico dinheirinho do contribuinte brasileiro.
Estes fatos ainda carecem de completa apuração e responsabilização pelo atual Governo que bradava o cajado de moralidade pública contra tudo e contra todos. O tempo passou e hoje se toma medidas efetivas para esconder os seus maus feitos e inviabilizar a principal operação de combate a corrupção no Brasil. Isto somente comprova a afirmação inquestionável de Freud: por trás de todo moralista se esconde um devasso.
Mas como este País é por si só um absurdo. Um absurdo não basta e logo na sequência vem outro. Os jornais noticiam que o Governo Brasileiro está zerando os impostos incidentes sobre o etanol importado dos EUA quando os nossos estoques deste produto são altíssimos. Entretanto, esta benesse não tem cabimento em favor de ninguém, e, muito menos, para favorecer um País riquíssimo que não precisa disto, com a agravante de que a nossa balança comercial é negativa com relação a ele. A intenção desta manobra parece ser favorecer o atual Presidente dos EUA, candidato à reeleição nas eleições de novembro que tem que angariar o apoio dos agricultores daquele País. E os nossos é que se danem!
Pois é né! Como fica o nosso País e os nossos interesses se tal candidato perder as eleições? A condução da nossa política externa que já teve no seu comando luminares como Rio Branco e Osvaldo Aranha – agora chafurda nas areias movediças da indigência. Com um Governo deste o País não precisa nem de adversários e nem de inimigos.
Renato Gomes Nery. E-mail – rgnery@terra.com.br