AINDA A REELEIÇÃO

                              

                              Rumamos para a nona eleição presidencial, no dia 30.10.2022, depois da redemocratização, num País dividido entre dois extremos do estuário político/ideológico, onde os dois postulantes são ex-presidentes, um deles com mandato a concluir ainda este ano.

                              No artigo da semana passada abordei o instituto da reeleição, suas nuances e desdobramentos, com a certeza de que ele é mais negativo do que positivo, pois impede a renovação dos quadros políticos, com o seu viés autocrático. A democracia implica na renovação periódica dos quadros políticos.

                               Nos regimes autocráticos o poder não se renova, são sempre os mesmos. O líder chines acaba de ser contemplado com um dos tantos mandatos que já teve. O líder russo percorre o mesmo caminho.  E nessa toada autoritária, tornou a Rússia maior País do mundo em área territorial. Feito este alcançado por inúmeras anexações. A Ucrânia é apenas mais uma. É bom não esquecer de Cuba, a flor do autoritarismo, aqui no Continente Americano.

                              Entretanto, eu não abordei uma questão crucial, no artigo da semana passada: a utilização do poder em proveito próprio quando o Presidente é candidato. E um deles é o teto de gastos que foi rompido, os orçamentos secretos e a abertura indiscriminada da caixa de bondades, para cooptar o rico voto daqueles mais necessitados etc. Falta para o atual mandatário escrúpulos, como faltaram a tantos outros que postularam a reeleição, no passado, após a implantação da Nova República.

                          Enfim, a reeleição é um manifesto desastre. Alguns especialistas preveem grandes dificuldades para quem for eleito, pois gastou-se irresponsavelmente mais do que arrecadou, na esteira de estripulias, com manifesto propósito de ganhar as eleições. E esta conta que não fecha, -agravada pela conjuntura internacional – vai desabar no colo de quem for eleito, com reflexos negativos para economia do País e, notadamente, para os menos favorecidos que a caixa de bondades iludiu para ganhar as eleições. E este pode ser o prenúncio de um novo “impeachment” com os perniciosos desdobramentos já conhecidos

                              Este é o País não aprende com os próprios erros e continua a repetir os seus desacertos. Enfim, insiste na prática de seu esporte predileto: correr atrás do rabo, estacionado na encruzilhada a contemplar, esperar e desejar um futuro que não vem… Até quando!

                              Renato Gomes Nery. E-mail rgnery@terra.com.br

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