No início da semana os jornais anunciaram o começo da invasão da Ucrânia pela Rússia. Fato este originário do agravamento do conflito entre a OTAN – Organização do Tratado do Atlântico Norte liderada pelos EUA e a Rússia, ex-líder do bloco de países do Leste Europeu que ficou conhecido como Pacto Varsóvia. No final da Segunda Grande Guerra, a Rússia no itinerário que percorreu até Berlim para encontrar com os aliados na Alemanha, apossou-se de metade daquele Pais e de todos os países do Leste Europeu que tinha pelo caminho e a Oeste ficaram com os aliados liderados pelos EUA.
Acontece que com o a derrocada na URSS, no início da década de 90 do século passado, a Rússia, como é conhecida hoje, livrou-se da liderança dos países do Pacto de Varsóvia que passaram pouco a pouco a serem incorporados a OTAN. A Ucrânia ficou independente da URSS, em 1991 é uma das únicas nações que querem entrar nesta organização e, daí a origem do conflito na região, pois a Rússia se recusa a admitir que isto aconteça. E tem ameaçado, também, de invasão países neutro como a Suécia e a Finlândia, caso queira percorrer o mesmo caminho.
É preciso ressaltar que a Rússia é o maior pais do mundo em extensão de territorial com 17.075.400 km2. Todo este território tem origem num pequeno território que foi crescendo, ao longo do tempo, por inúmeras anexações, inclusive da Ucrânia que já tem parte do seu território anexado pela Rússia.
A Rússia não tem tradição democrática. Sempre foi uma autocracia. Os Romanov tinham sobre ela uma monarquia absoluta. A ditadura do proletariado defendida por Marx, através do sufrágio universal – foi lá implantada pela Revolução Comunista de 1917, através de um ferrenho regime autocrático. Fato este, agravado pelas atrocidades deste regime, que simplesmente liquidou milhões de pessoas, o que foi exposto por Kruschev, no início da década de 50 do século passado, deixando desnorteada a esquerda em todo mundo.
É preciso enfatizar que a Rússia e a China não têm tradições democráticas. Nem uma e nem outra tem apreço pelos valores ocidentais da democracia. Portanto, um país que tem o seu imenso território consolidado as custas de anexações, tem a invasão da Ucrânia como um fato normal, respaldado por sua história belicosa.
Faço estes esclarecimentos para que se possa melhor entender o conflito instaurado, nesta semana, com a invasão da Ucrânia e, para que não se nutra muitas esperanças na boa vontade do invasor, que somente visa os seus interesses expansionistas e, em que pese, a boa vontade e os esforços do Ocidente, dificilmente irá recuar.
Enfim, o impasse está instaurado. Esperamos que esta invasão não desague num conflito incontornável, pois, em que pese, o capeta remunerar mal quem o serve, o desastre será imprevisível e irreparável, uma vez que o invasor não tem limites. É tinhoso e possui o maior arsenal bélico do mundo, que foi sistematicamente aperfeiçoado e aumentado pelo seu atual Czar, um ex-agente secreto, que encontra-se no poder, há 20 anos, com poderes absolutos e incontestáveis e, que tem no currículo diversas acusações de envenenar adversários, de interferir em eleições de outros países entre outras atitudes pouco ortodoxas. Que invadiu a Ucrânia e ameaça o mundo com seu arsenal nuclear.
Renato Gomes Nery. E-mail- rgnery@terra.com.br