– Nomenklatura (palavra russa derivada do latim) era como se designava a “burocracia”, ou “casta dirigente” da União Soviética.[1] Ela incluía altos funcionários do Partido Comunista da União Soviética e trabalhadores com cargos técnicos, artistas e outras pessoas que gozavam da simpatia do Partido Comunista. Na verdade, os membros da “nomenklatura” eram, em sua esmagadora maioria, filiados ao Partido Comunista da União Soviética e gozavam de inúmeros privilégios e vantagens inacessíveis para o restante da população do país -. (Wikipédia – Internet).
Eu me lembro deste nome toda vez que tenho notícia de mais uma das tantas vantagens que beneficiam, aos normalmente altos funcionários públicos da burocracia que permeiam o Estado Brasileiro. Ressalto, também, que esta foi uma das causas da derrocada na URSS, na década de 90 do século passado. Friso que é de contradição em contradição que se solapa as bases do Estado e do Poder Político. São elas que levam consigo a promessa de cindir a sociedade ao meio, pois esta – aqui no Brasil – é e continua ser a mãe de uns poucos e a madrasta do restante da população.
Outro dia eu ouvi de um alto funcionário público, o seguinte: que apesar de ganhar mais de 30 salários mínimo (fora tantos outros privilégios), ele acha pouco pelo tanto que trabalha. Fiquei pensado, o que será pensaria sobre isto os milhões de desempregados ou aqueles que ganham 01 (um) salário mínimo?
O saco do interesse não tem fundos, como afirma um ditado popular. Quanto mais se tem mais se quer. Um famoso setor público -acusado de fazer pregão para adquirir e distribuir centenas de caríssimos telefones celulares aos seus membros, cujas despesas de uso mensais serão, também, pagas pelo contribuinte – negou que teria encaminhado projeto de lei para criar adicional de periculosidade para seus privilegiados servidores. E que isto seria arte de alguém do órgão, sem o aval da direção. Enfim, todo dia somos brindados com notícias deste naipe, nesta sociedade onde todo mundo conhece bem os seus direitos e privilégios, mas faz vistas grossas para os seus deveres.
Poderia ser diferente! Eu acho que sim, mas não é! E este périplo da insensatez e da indiferença prossegue na sua gloriosa “one way” desta pátria de padrastos! Até quando!
Renato Gomes Nery. E mail – rgnery@terra.com.br Site – www.renatogomesnery.com.br