Não se pode dizer que a cor branca não seja branca e que a cor preta não seja preta, pois estes padrões foram convencionado por consenso desde que o mundo é mundo. Da mesma forma que não se pode afirmar que o dia não é claro e que a noite não é escura.
Entretanto, estas premissas nem sempre são observadas por aqueles que teimam em transformar mentiras em pretensas verdades. Na área política, notadamente da chamada esquerda, se transforma, na maior cara de pau, mentiras em verdades, embalada pela ideia de que ela não se equivoca e nem erra. Ela é a dona de todas as razões, virtudes e verdades. Enfim, se não fosse ateia, seria a encarnação de Deus na terra.
Não foi a esquerda a patrocinadora dos piores e mais escandalosos casos de corrupção da América, via Brasil e etc.? Pensando bem, isto sequer existiu! Tudo não passou de um golpe contra ela que é a mais inocente das vestais, em que pese está tudo sendo apurado, provado em diversas e legítimas instâncias judiciais, com a observância do devido processo legal e do contraditório.
Da mesma forma que se vende descaradamente que a miséria em que vive Cuba é culpa do EUA, em que pese ter esta vivido desde o início da chamada revolução cubana, no final de década de 50 do século passado (Invasão da Baia dos Porcos), sob órbita da influência soviética. Inventou-se um inimigo externo para culpar pelos seus desacertos e erros. Pelo mesmo motivo, se culpa àquela nação pelo descalabro da Venezuela que fenece, via socialismo caboclo, em cima de uma das maiores reservas de petróleo do mundo. O ex-presidente cocaleiro boliviano (outra santidade) que queria perpetuar-se no poder, após, sucessivos e controvertidos mandatos, ter perdido um plebiscito, ganhado uma eleição fraudulenta e, mesmo tendo renunciado, sofreu também um maldito e deliberado golpe. No Brasil, o povo certamente estava errado por eleger, nas últimas eleições a oposição, pois os únicos donos da verdade neste mundo de meu Deus são os seguidores de Marx e Lenin.
Nos regimes democráticos a alternância do poder é uma salutar regra. E o gato tem que conviver civilizadamente com o rato. É preciso deixar a soberba e aceitar o resultado da urnas, pois o povo é soberano. Já passou da hora de abandonar o mantra “do nós contra eles”, lamber as feridas, reciclar-se e tocar em frente. É preciso deixar a direita (viabilizada no voto pela esquerda) mostrar a que veio, pois ora ela tem o aval da urnas. Cabe esquerda provar que sabe fazer uma oposição em prol do País. Botar fogo no Brasil não é certamente um boa ideia, pois ela governou o Brasil da forma que quis durante quase três lustros.
A não ser assim, é preciso pedir socorro ao velho e eficaz óleo de peroba que continua ser um excelente antídoto para cara de pau.
P.S. – “Pode-se enganar a todos por algum tempo; pode-se enganar alguns
por todo o tempo; mas não se pode enganar a todos todo o tempo”.
(Abraham Lincoln).
Renato Gomes Nery. E-mail –rgnery@terra.com.br