UMA GREVE SEM FIM

                                 

                                      A greve dos funcionários da Justiça Comum do Estado de Mato Grosso já vai completar 60 dias. Isto mesmo 60 dias!! Tudo indica que continuará indefinidamente. Noticiou-se que esta greve foi declarada legal pelo próprio Poder Judiciário local e  que foi além,  determinou-se, também,  que se pagasse religiosamente em dia os salários dos grevistas. Não trabalhar e receber salário integrais é ótimo.

                                      Já defendemos em artigo anterior a INTERVENÇÃO no Poder Judiciário do Estado de Mato Grosso para debelar a greve. Enquanto se ficar discutindo esta greve em nível do Poder Judiciário local, tudo indica  que ela não termina.

                                      Se razões existem para a manutenção da greve, razões maiores soçobram para que ela se encerre. Os serviços judiciários são essenciais para a população e não podem simplesmente serem negados  por quaisquer razões.

                                      Os desmandos do Poder Judiciário local, descobertos recentemente, somente  estão sendo debelados por que  foram levados ao conhecimento e à apreciação da entrância superior  do Poder Judiciário, em Brasília.

                                      Está passando da hora desta greve terminar, pois os prejuízos são incalculáveis. Está passando da hora de que esta questão seja levada à apreciação das altas esferas do Poder Judiciário pelas entidades que detém a legitimidade dos interesses difusos. Clama-se por uma solução.

                                      Insistimos no óbvio. Não se tem notícias de quaisquer providências ou manifestações do Ministério Público a respeito. A OAB/MT se debate no varejo. A míngua de providências efetivas a população – que paga todas as contas – terá que resolver as suas contendas mano a mano, pois o nosso Poder Judiciário local é um paquiderme sobre o qual incide pesadas acusações de ineficiente, corrupto, dispendioso e incapaz de resolver uma greve. Com a continuidade da greve se tornará dispensável.

                                      Renato Gomes Nery – é advogado em Cuiabá e ex-presidente da OAB/MT. E-mail – rgnery@terra.com.br

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